Finalmente um filme de herói com cores, luzes e onde o S realmente significa esperança!!!

CONTÉM SPOILERS!!!!!

Acho que em primero lugar eu devo questionar quando exatamente nós como sociedade começamos a simplismente aceitar os tipos de filmes de heróis que estavam sendo lançados, mas especificamente como eles sempre pareciam sem cor, sem alegria e a pior parte sem esperança.
A maneira que Snyder retratou o Superman sempre me incomodou, até mesmo os nomes dos filmes me davam certo incômodo, Homem de Aço não descreve o Superman, ou a ideia dele ao menos, todos estavam tão focados em fazer um personagem incrível e focaram tanto no fato que ele era indestrutível que esqueceram da outra parte dele.
Esqueceram do Clark Kent, o garoto da fazenda que cresceu em Smalville e trabalha no Planeta Diário, Snyder queria tanto um personagem indestrutível, muito foda e godlike que esqueceu que o Superman foi criado para trazer esperança em um tempo tão duvidoso e sombrio durante a segunda guerra mundial.

É sério gente, esse Superman dá medo, só vive farmando aura e não dá pra enxergar nada nos filmes se você for míope.

Clark Kent/Superman foi criado por dois adolescentes (Jerry Siegel e Joe Shuster), originalmente conhecido como Campeão dos Oprimidos, ele foi insipirado em diversas pessoas, desde o Tarzan até figuras judaicas como o Sansão, e sempre bom lembrar que tanto Jerry como Joe vinham de familias judaicas e o principal impulsionador para a criaçao do personagem foi a ascensão do nazismo.
"O mundo estava em péssimas condições... O nazismo estava em ascensão e milhões de inocentes estavam sendo mortos... Eu sentia que o mundo precisava desesperadamente de um cruzado, mesmo que fosse fictício." Foi o que Jerry disse em uma entrevista para a BBC em 2008.
Então eu questiono, porque um personagem criado para trazer esperança ao público, que foi até mesmo usado em propagandas contra o nazismo, que deixou a cúpula nazista em polvorosa afirmando que o Superman foi criado como uma conspiração judia com o intuito de fazer lavagem cerebral no povo americano contra os ideais nazistas, um personagem que foi o primeiro a enfrentar nazistas nos seus quadrinhos se tornou um personagem usado por incels e grupos de direita????
A maneira com que Snyder retrata o Superman nao é apenas estranha, mas chega a beirar o desrespeito com o personagem, tudo nele parece errado, desde o uniforme que claramente não foi costurado por Ma, até a maneira que ele passava medo aos telespectadores com seu jeito de se portar como um deus acima dos mortais, o Superman nunca foi sobre isso, ele nunca foi sobre ser um deus indestrutivel e James Gunn realmente soube passar isso nesse novo filme!!!

O filme começar com o Superman tendo perdido uma batalha contra o Martelo da Boravia foi excepcional para mim, somos lembrados quase que imediatamente que aquele herói não é tão diferente de nós assim.
Cada segundo do filme foi simplismente maravilhoso, os pequenos detalhes desde como Lois não é mais uma donzela indefesa, até como cada personagem feminina dirigida por Gunn não esta ali simplismente para ser um rosto bonito.
Pelo contrário, na verdade eu achei incrivel como Gunn usa a maneira como mulheres são sempre subestimadas ao favor do filme.

A cena em que Lois e Clark tem um desentendimento durante a entrvista concedida pelo Superman mostra como ele estava subestimando Lois, por que é claro que qualquer jornalista serio faria as mesmas questões, mas eu senti que Clark não estava esperando isso de Lois, seja porque ela é mulher, seja porque eles estao em um relacionamento, Clark subestima quais questoes Lois realmente diria.
E a genialidade de Gunn ao nos dar a Eve Teschmacher é sem igual, subestimada apenas por ser mulher por Lex e Jimmy, é Lois, outra mulher, quem descobre o que as fotos de Eve significavam, e como elas eram importantes e geniais, é por subestimar Eve que Lex é desmascarado.
E eu obviamente não poderia deixar de mencionar a Mulher Gavião, a maneira com que o governante da Boravia tambem subestima ela ao dizer que ela não mataria ele por ser uma mulher, mas o filme deixa claro que ela não segue pela lei de Clark ao matar ele de qualquer maneira.

Voltando ao nosso principal, o Superman/Clark Kent de David Corenswet e como ele é novamente um simbolo de esperança e de que nem tudo está perdido.
Nesse filme podemos ver Clark duvidar, ter sentimentos, perder o controle e mesmo assim continuar vivendo, continuar ajudando os outros, ou como ele mesmo disse para Lois quando ela diz que ele acha que todos e tudo e lindo, talvez esse seja o verdadeiro punk rock.
E em um mundo onde ser individualista, frio e cruel é a norma, talvez ser uma boa pessoa, alguém que vê beleza em tudo e todos e não deixa que a frieza do mundo a impeça de ser boa seja realmente o verdadeiro punk rock.

James Gunn acertou muito nessa cena porque ela com certeza passa o tipo de pessoa que o Superman é, ele salvando o esquilo, o cachorrinho e a menina são cenas incríveis.

A maneira com que o mundo se vira contra Clark não o impede de continuar sendo uma boa pessoa, e a maneira com que ele tenta vez após vez continuar fazendo o bem simplismente me trouxe uma sensação tao boa no cinema que eu tenho certeza que meus olhos estavam brilhando do começo ao fim desse filme, os pequenos detalhes durante o filme fazem toda a diferença, o Superman salvando um esquilo, o vendedor mentindo para o Superman para aliviar o sentimento de culpa que ele estava sentido naquele momento, o Jonathan dizendo ao Clark que são as ações dele que determinam quem ele é e não a mensagem dos pais de nascimento dele, a cueca por cima da calça, porque no fim o que faz do Superman um otimo herói é seu coração de ouro, e não ser o homem de aço, no fundo todos podemos ser um pouco Superman e a maneira que Gunn, David e todo o elenco trouxeram essa mensagem a vida é simplismente incrível.

Não vou negar, eu chorei com a cena final onde Clark agora tem vídeos com Ma e Pa e está sorrindo vendo eles em vez de repetindo as palavras ditas por Jor-El e Lar-Van, porque a realidade é que podemos escolher quem somos, podemos escolher a familia que amamos, podemos ser pessoas melhores não importa que tudo pareça perdido, as coisas ainda não estão perdidas, não ouve um ponto final na sua história nem na história do mundo.
E claro, saber que o Fahim Fazli, o ator que faz o líder da vila de Jarhanpur, é e o primeiro ator afegão de Hollywood e que esse foi o primeiro papel dele como alguém que não seja o vilão simplismente foi incrível.

A pequena cena da Supergirl da Milly Alcock foi suficiente para me deixar animada para o filme dela, e para perceber que qual quer que seja o demônio que possui aquele quadrúpede do Krypto estava no seu melhor comportamento com o Clark.

Eu tenho certeza que exitem muito mais coisas a ser dita sobre esse filme, muitas mesmo, mas vou ficando por aqui!
Se lembrem sempre que ser gentil é o verdadeiro punk rock.

Atenciosamente, Yaya.