Mickey7: O livro que inspirou o filme de Bong Joon-ho

 


PRESCINDÍVEL. Clone humano utilizado para serviços de alta periculosidade em missões de exploração espacial. A personalidade e as memórias de um prescindível podem ser mantidas intactas e transferidas para um novo corpo, se e quando o corrente hospedeiro morrer.

Mickey Barnes é um prescindível, agora em sua sétima iteração, vivendo – e morrendo – entre seus companheiros na colônia especial gelada e praticamente inabitável de Niflheim. Alguns o consideram imortal. Outros acreditam que ele é um monstro sem alma. Nos últimos nove anos, tem sido enviado a missões praticamente suicidas, sujeito a experimentos que testam os limites da resistência humana, tudo pelo bem maior da espécie.

Durante uma missão de reconhecimento, Mickey7 acaba ferido e é largado para morrer. No entanto, contra todas as possibilidades ele consegue sobreviver e retornar à base. O problema é que, dado como morto, Mickey7 já havia sido substituído pela próxima geração: Mickey8. Nenhum dos clones está disposto a se reciclar, mas, se alguém descobrir que existem múltiplos Mickeys, ambos serão executados – e não haverá um Mickey9.

E esse não é o único segredo guardado por Mickey7: por um mês, ele não fez o upload de suas memórias, deixando seu clone no escuro sobre sua “quase morte” e um encontro com os habitantes do planeta gelado, supostamente irracionais. Mickey7 também não sabe como todas as suas versões anteriores morreram, e as mortes que ele consegue recordar deixaram marcas profundas... o que o faz desconfiar das reais intenções da colônia.


Com 288 páginas Mickey7 conseguiu me prender em todas elas e me tirar de uma ressaca literária das bravas, fazia ao menos dois meses que eu não conseguia ler um livro direito, mas Edward Asthon tem uma escrita tão gostosa que eu ja estava quase terminando o livro e mal havia percebido, talvez eu seja meio culpada também, afinal meu tipo de livro favorito é ficção científica levada seriamente (ou como a gente pode ver nesse livro, nem tanto).

Assim que começei o livro eu estava um tiquinho chateada, afinal eu descobri a existência desse livro maravilhoso só depois de assistir Mickey17 do Bong Joon-ho, com o meu crush de infancia Robert Pattinson, mas nem de longe ele foi a pessoa que roubou a cena, isso ficou totalmente com Naomi Ackie que fez a Nasha Barridge, Naomi entregou a Nasha dos livros de forma fenomenal e impecável, na verdade, por mais que sempre digam que o livro é melhor que o filme nesse caso é uma disputa acirrada com quem me tirou mais risadas.
Acredito que isso se deva ao fato que por mais que seja uma adaptação do livro Joon-ho pega a essência total do livro mas não tenta reproduzi-lo na íntegra, e isso funcionou perfeitamente neste caso.

Voltando ao livro, acompanhamos a história na visão de Mickey Barnes, que por se colocar em uma enrascada no seu planeta natal, se candidata à vaga de prescindível na Drakkar para sair dali, e por mais que o livro seja de ficção cientifica com um mundo próprio Asthon consegue nos passar todas as informações necessarias para entender tudo sem que fique massante ou chato.
Acompanhamos os dias de Mickey7 da visão dele que também conversa com o leitor em diversos pontos, os personagens que interagem com Mickey são muito bem construidos e todos os plots são bem amarrados, e por mais que eu tenha assistido o filme tivesse achado que sabia o final, os dois tem diferenças mais que o suficientes para que eu tivesse ficado na pontinha dos pés ate as últimas páginas.

As unicas coisas que não são tão diferentes do filme são as personalidades dos personagens, a não ser a do Mickey8 mas ela não altera em nada o desenrolar do filme ou do livro, tanto Nasha, quanto Berto, quanto Marshall e a esposa dele são iguais os do filme, e até melhores, o que é realmente bom, não sei se poderia gostar do Berto de  verdade caso ele não fosse tao oportunista e um péssimo amigo como no filme.
Nasha Barridge é uma personagem a parte, a maneira como Edward descreve Nasha e simplismente incrível, ela é tão importante para a história quanto Mickey e ela alegremente foge do estereótipo da mulher negra raivosa que infelizmente enconramos em diversas obras, na verdade ao meu ver, ela é a única personagem que é gentil, compassiva, leal e empática em relação ao Mickey.
Berto continua sendo um personagem que eu não tenho certeza se odeio ou apenas desgosto, infelizmente Mickey gosta dele o bastante para que não tenhamos a chance de odiá-lo por completo, mas temos a oportunidade de odiar varios personagens que se relacionam com Mickey, como Kenneth e Ylfa Marshall, e honestamente 99% daquela nave todinha.

Mickey é um otimo protagonista, ele nos prende do início ao fim, e seu interesse por historia é colocado na narrativa de uma maneira ótima já que é por conta disso que temos contato com explicações de antigas colônias que são relevantes para o desenrolar da história, ficamos sabendo por meio de Mickey que existem outras colônias, quais deram ceto, quais deram errado e quais foram os motivos.
E a forma com que  o autor implementa as criaturas do planeta congelado, que não são tao irracionais assim, é simplismente incrível, acho que Edward Asthon e Andy Weir são os melhores escritores de ficção cientifica atualmente para mim.

O livro de Edward Asthon promete e consegue te prender do início ao fim, e acredito que as outras obras dele como Antimaater Blues (continuaçao de Mickey7) e The End of Ordinary são igualmente incríveis, com certeza Mickey7 vai entrar para o meu top 5 melhores livros que eu ja li e está em primeiro lugar de melhor livro do ano até agora.
Mickey7 é com certeza uma leitura que vale a pena, e o filme de Bong Joon-ho (que dirigiu Parasita, Okja e diversos outros) também e uma ótima recomendação de como gastar seu tempo livre.

Atenciosamente, Yaya.







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