Frankestein (2025)
Guillermo Del Toro em conjunto de Oscar Issac, Mia Goth e Jacob Elordi nos entregaram uma das melhores adaptações deste livro (em minha humilde concepção).
Além da fotografia impecável, e do trabalho de todo o time de figurino para nos entregar personagens etéreos, a historia é contada de forma que nos aproxime da criatura, que por mais que não tenha ganhado nenhum nome no filme, chamarei de Adam. Todo o filme nos mostra um ciclo vicioso de violência masculina, que é quebrado justamente por Adam, que foi acariciado apenas pela hostilidade de Victor desde o momento que nasce.
Achei de extrema inteligência a maneira que Del Toro colocou Mia como tanto a mãe de Victor, quanto o interesse amoroso dele, quanto aquela breve referencia da noiva (eu vi essa manga de bandagens Kate Hawley), não é atoa que ela tem Goth no nome, todas as aparições dela foram incríveis! E a cena em que Adam lhe entrega a folha, ate aquele momento a única coisa que ele havia achado que envolvia amor ou qualquer emoção que não fosse negativa, e ela agradece e lhe ensina a dizer o nome dela foi incrível, a emoção que Oscar passa ao ver Adam e Elizabeth interagindo nessa cena é incrível, como um pai com ciúmes do bebe por ser o cento do afeto. Me deixa muito triste saber que Adam nunca vai saber que Elizabeth guardou a folha e pensava nele por todo aquele tempo.
A cada segundo do filme podíamos perceber como GDT teve cuidado nos detalhes, Adam ter apenas uma lente de contato foi peak cinema, e saber que a primeira coisa que Del Toro fez ao ver Jacob pronto como Adam foi acariciar a cabeça dele tal qual o velho da cabine fez com a garotinha e que Adam imita depois é apenas um q a mais em toda a construção, eu também acho a cena em que o Guilhermo esta falando com Mia e ela esta meio desassociando e Jacob continua no personagem brincando com o cabelo dela que esta no BTS é muito adorável.
Eu adorei muito a maneira que a historia é separada em duas, a versão de Victor e a de Adam, e por Victor dizer que algumas coisas são fatos e outras não eu me questiono o quanto dele sendo gentil e op quanto de Elizabeth gostando dele seria real, também me questiono se ele realmente voltou atras de Adam naquela cena final, e se sim, ele voltou por Adam e por ouvir como ele gritava o nome dele ou pelo simples fato que ele não podia aceitar perder o trabalho da vida dele, eu me questiono completamente o quanto Victor é um narrador confiável o suficiente para sabermos se a morte de Harlander foi realmente um acidente. E apesar de Victor ser um personagem deploravelmente ruim, como pessoa, cada segundo do filme te prende de maneira absurda, GDT tinha uma visão e conseguiu trazer ela a vida com maestria.
E essa segunda parte da historia, contada pelo ponto de vista do Adam foi algo excepcional também, cada pequeno detalhe me fazia suspirar, não acredito que fui obrigada a assistir esse filme na minha tv e não em um cinema, nunca irei te perdoar Netflix!!!! E assim como Victor foi tratado pelo pai, ele trata Adam, que por fim o perdoa deixando que o ciclo se encerre e o ódio que foi levado por gerações morre com ele, e por mais que a única coisa que ele tenha conhecido seja desprezo desde que nasceu, no momento que Adam se vê livre na orla da praia e depois na floresta e encontra aquele cervo seu primeiro instinto e ser gentil e dividir. E mesmo que os homens que atiraram nele sejam os mesmos da casa na qual ele se esconde ele continua sendo gentil e ajudando, como o espirito da natureza, e ele e retribuído com mais gentileza por parte da família, e a parte mais adorável foi como o velho virava os cartões para que Adam aprendesse a ler também, e como ele o tratou bem naquele inverno, Adam não era um monstro, ele era apenas ele, e eu acho horrível que usem o termo monstro, ele e apenas uma criatura, tal qual todas as outras que existem no mundo.
Gostaria também de salientar a forma com que Elizabeth e Adam se entendem, sei que essa e a maneira mais supérflua de ler a relação entre os dois, mas gosto da ideia de que Elizabeth enfim é vista pela primeira vez e esta finalmente em paz na presença daquela criatura simplesmente porque ela também se sente como Adam, um "monstro" na visão dos outros, a beleza que ela tem não é suficiente para esconder o fato que ela também e desprezada pela sociedade e vista de maneira quase sub-humana, assim como Adam era visto por Victor, Elizabeth entende Adam porque ela também e uma criatura que nunca vai ser totalmente aceita pela sociedade, ela também é algo que os homens não entendem.
O final é algo excepcional a parte para mim, a maneira que Victor mesmo depois de anos ainda não entende o que criou, ainda não sabe amar Adam, eu odeio a maneira que ele vai diretamente para um interesse amoroso para Adam, quando ele provavelmente queria apenas uma amizade, para que eles pudessem ser monstros juntos, para que eles pudessem apenas ser. Victor ainda é a mesma pessoa de antes, não importa o quanto ele tente fingir que não, ele é o filho do pai dele, achando que todas as pessoas devem se curvar a ele e a vontade de deus vem em segundo lugar, a cena em que Adam carrega Elizabeth para fora do castelo e em direção a caverna é linda, parece um casamento, a maneira que as flores caem e as pessoas abrem um corredor para os dois, e nada no mundo vai me tirar da cabeça que Victor atirou tanto em Adam quanto em Elizabeth de proposito, se ele não poderia ter Elizabeth, A criatura também não.
E eu não culpo o capitão Anderson por passar horas ouvindo a historia de Victor e Adam, eu também passaria outras ouvindo fofoca sobre a vida de outras pessoas, gosto especialmente de como quando Victor morre Adam diz o nome dele uma ultima vez para que enfim pudesse seguir em frente, a emoção que o Jacob consegue passar é fenomenal, a cena em que Adam tem apenas um olho e mesmo assim podemos ver o quanto ele estava triste pelo fato de não ter funcionado. E a maneira que ele estava mais curioso com o gelo se quebrando do que com o fato que ele estava quebrando! Ele tem apenas cinco anos, me deixem ser a mãe dele!!!
Queria muito que GDT fizesse O Fantasma da Opera, ou qualquer outro clássico, ele tem uma maneira tão especifica e bonita de dirigir um filme, me deixa encantada, e eu não acredito que passei anos falando mal dele apenas para me apaixonar depois, eu estou falando de você Jacob Elordi!!! Nunca mais faça parte de Euphoria e você vai ser reencarnado como uma flor de lotus!!!!
Mal posso esperar para reassistir o filme pela quinta vez... não ironicamente.
Atenciosamente, yaya.

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